29/05/2009

Aqui não Azeredo! A net é nossa!



A Internet é uma rede de comunicação aberta e livre. Nela, podemos criar conteúdos, formatos e tecnologias sem a necessidade de autorização de nenhum governo ou corporação. A Internet democratizou o acesso a informação e tem assegurado práticas colaborativas extremamente importantes para a diversidade cultural. A Internet é a maior expressão da era da informação.
A Internet reduziu as barreiras de entrada para se comunicar, para se disseminar mensagens. E isto incomoda grandes grupos econômicos e de intermediários da cultura. Por isso, se juntam para retirar da Internet as possibilidades de livre criação e de compartilhamento de bens culturais de conhecimento.

No Brasil, um projeto substitutivo sobre crimes na Internet aprovado e defendido pelo Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) está para ser votado na Câmara de Deputados. Seu objetivo é criminalizar práticas cotidianas na Internet, tornar suspeitas as redes P2P, impedir a existência de redes abertas, reforçar o DRM que impedirá o livre uso de aparelhos digitais. Entre outros absurdos, o projeto quer transformar os provedores de acesso em uma espécie de polícia privada. O projeto coloca em risco a privacidade dos internautas e, se aprovado, elevará o já elevado custo de comunicação no Brasil.

Nós, que somos mineiros, temos uma responsabilidade a mais em combater este projeto, por ser de autoria de um senador do nosso estado. Gostaríamos assim de convidá-lo a participar do Ato Público que será realizado no dia 1o de junho, às 19h30, e contará com um debate entre:

Sérgio Amadeu
Professor da pós -graduação da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero em São Paulo.
Militante do Software Livre e do Movimento Mídia Livre.

Idelber Avelar
Professor na Tulane University, em Nova Orleans – EUA
Mantém o blog Biscoito Fino e a Massa
http://www.idelberavelar.com/

Local: Teatro da Cidade
Rua da Bahia, 1341
Centro - Belo Horizonte

'Duplifalar', agora, sobre a Coreia do Norte




Por Paul Craig Roberts, para o Counterpunch

"Obama conclama o mundo a enfrentar a Coreia do Norte" – diz a manchete. Os EUA, disse Obama, estariam firmes "para defender a paz e a segurança do mundo". Palavras de 'duplifalar', de 'duplipensar', à moda de 1984."

A Coreia do Norte é país muito pequeno e pobre. A China, sozinha, pode varrer do mapa a Coreia do Norte, em minutos. E o presidente dos EUA acha que precisa do mundo inteiro para enfrentar a Coreia do Norte?
Estamos assistindo a mais uma operação dos gângsters de Washington, inventando ameaça nova, como Slobodan Milosevic, Osama bin Laden, Saddam Hussein, John Walker Lindh, Hamdi, Padilla, Sami Al-Arian, o Hamás, o presidente Máhmude Ahmadinejad e os desgraçados prisioneiros demonizados por Rumsfeld como "os 700 mais perigosos terroristas da face da Terra", que foram torturados durante seis anos na prisão de Guantanamo, para, afinal, serem libertados... sem jamais terem sido julgados. Epa! Sorry, foi um engano.

O complexo militar/de segurança que governa os EUA, associado ao Lobby israelense e ao lobby das finanças, sempre precisa ter longa lista de inimigos perigosos, para que o dinheiro dos contribuintes não pare de correr para seus cofres.
O lobby da segurança interna depende de haver infindáveis 'ameaças' para convencer os americanos a ceder suas liberdades civis em troca de qualquer segurança que o lobby deseje vender.

A questão importante é: quem enfrentará o governo dos EUA e de Israel?
Quem protegerá os cidadãos norte-americanos e israelenses, sobretudo os israelenses que se opõem ao atual governo e os cidadãos israelenses árabes?
Quem protegerá os palestinos, os iraqueanos, os afegãos, os libaneses, os sírios, contra a ameaça dos EUA e de Israel?

Não Obama, nem os camisa-verde-oliva-caqui que governam Israel.
A ideia de Obama, de 'conclamar' o mundo a "enfrentar" a Coreia do Norte é insana, mas essa ideia insana empalidece, se comparada à 'garantia' de que os EUA podem garantir "a paz e a segurança do mundo".

São os mesmos EUA que bombardearam a Sérvia, inclusive a embaixada chinesa e trens de passageiros; que entregaram a Sérvia a uma gang de traficantes muçulmanos, emprestando-lhes soldados da Otan para proteger a 'operação'... do tráfico?
São os mesmos EUA responsáveis pela morte de um milhão de iraqueanos, e que deixam órfãos e viúvas onde quer que apareçam, e que converteram em refugiados 1/5 da população do Iraque?
São os mesmos EUA que impedem o mundo de condenar Israel pelo ataque assassino contra civis libaneses em 2006 e contra civis em Gaza em 2009, os mesmos EUA que dão cobertura ao assalto israelense contra a Palestina, que já dura mais de 60 anos, assalto e roubo que já produziu quatro milhões de refugiados palestinos, arrancados de suas casas, vilas, cidades, pelo terror e pela violência de Israel?

Os mesmos EUA que fazem hoje manobras militares em repúblicas ex-soviéticas e estão cercando a Rússia com um anel de bases de mísseis?
Os mesmos EUA que bombardearam o Afeganistão até converter o país num amontoado de ruínas, com milhares de civis mortos?
Os mesmos EUA que criaram um ano novo infernal no Paquistão, ataque que, só nos primeiros dias, produziu um milhão de refugiados?

“Paz e segurança do mundo”? Mundo de quem?
Ao retornar de consulta com Obama em Washington, o ministro camisa-verde-oliva-caqui de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que seria "responsabilidade" de Israel "eliminar" a "ameaça nuclear" iraniana.
Que ameaça nuclear? Todas as agências de inteligência dos EUA concluíram, unanimemente, que o Iran não tem qualquer programa nuclear militar desde 2003. Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica já relataram que não viram nem sinal de bombas atômicas no Iran.
Quem está sendo bombardeado pelo Iran? Quantos refugiados vagam pelo mundo, tentando salvar a própria vida, por ataque comandado pelo Iran?
Quem está sendo bombardeado pela Coreia do Norte?

Os dois países que mais matam e que mais refugiados geram no mundo hoje são EUA e Israel. EUA e Israel, mais que qualquer outro país no mundo, já mataram e expulsaram milhões de pessoas que jamais foram ameaças a alguém e jamais atacaram alguém.
Não há país no mundo que rivalize com EUA e Israel, na prática corriqueira da violência assassina mais bárbara.

Mas Obama garante que os EUA protegerão "a paz e a segurança do mundo". E Netanyahu, armado com bombas atômicas, garante que Israel salvará o mundo da "ameaça iraniana".
Onde está a mídia? Por que os que lêem jornais não estão rolando de rir?

Paul Craig Roberts foi secretário-assistente do Tesouro no governo Reagan. É co-autor de The Tyranny of Good Intentions. Tradução de Caia Fittipaldi a partir do original em http://www.counterpunch.org/roberts05272009.html

28/05/2009

Reportagem - Guimarães Rosa



O trem estacou, na manhã fria,

num lugar deserto,

sem casa de estação:

a parada do Leprosário...


Um homem saltou, sem despedidas,

deixou o baú à beira da linha,

e foi andando. Ninguém lhe acenou...


Todos os passageiros olharam ao redor,

com medo de que o homem que saltara

tivesse viajado ao lado deles...


Gravado no dorso do bauzinho humilde,

não havia nome ou etiqueta de hotel:

só uma estampa de Nossa Senhora do

Perpétuo Socorro...


O trem se pôs logo em marcha apressada,

e no apito rouco da locomotiva

gritava o impudor de uma nota de alívio...


Eu quis chamar o homem, para lhe dar um sorriso,

mas ele ia já longe, sem se voltar nunca,

como quem não tem frente, como quem só tem costas...

20/05/2009

Cigarros: de James Dean a Mario Quintana.



Por Henrique Nunes, jornalista do Diário do Povo, Campinas -SP


“O cigarro de James Dean era o primor das cocotinhas desvairadas, virgens desbocadas prontas para o abate. O charuto inseparável de Ernesto Che Guevara gerenciava (e ainda gerencia) a calmaria na trincheira inconstante de estudantes de esquerda. Afinal, o cigarro é a maneira disfarçada de suspirar, disseram um dia os pulmões inflados do poeta Mario Quintana.


Fumar é a representação blasfêmica da influência involuntária. Por isso, a depender do cliente, fumar pode ser belo como Dean, revolucionário como Che ou poético como Mario. Mas nada disso mais parece importar. A onda agora é dizer que o cigarro com selinho industrial é somente o câncer capital da indústria do consumo. E isso não é moralismo social, é tabagismo moral, é consciência banal de que somos caretas quando o assunto é ser autêntico. Em suma, fumar sempre foi o hábito desabitado de nossos “eus”.


Fazer o que, se botar cinza no peito tem outros tipos de efeitos sobre a nossa consciência? Dizem que a cada baforada da globalização um novo óbito é posto na escala mundial das estatísticas. E o que isso importa se o trago intragável das campanhas contrárias não consegue convencer que não fumar é melhor do que sentar no ponto de ônibus e acender um cigarro? Não há outra maneira de ser Dean, Che ou Quintana a não ser durante os 5 minutos em que a brasa se perpetua.


Ah, e convenhamos, há de se admitir que para muita gente é sempre bom ter a companhia silenciosa das companhias de tabaco. Ou você, fumante como eu, vai dizer que não é bom tragar ao tom de Tom e saborear a cólera de saber que se está morrendo, embora podendo deixar na memória a imagem imortal de uma sexy tragada?. Mas fumar, diga-se, é a pedagogia persistente da personalidade. Aprendemos a tragar com o tempo e com o tempo aprimoramos o “nosso” jeito de fumar.


O fato é que, com ou sem bar, com ou sem lei, com ou sem olhares desconfiados, nada apagará a chama incendiada por Dean, Che, Quintana e todos os outros anônimos ou famosos que já inflaram os pulmões para exaltar o óbvio: o cigarro faz mal e eu o quero mesmo assim. Assim, sem o receio de mandar à mesa ao lado uma fumaça que apenas me pertence, darei um jeito para pitar seus prazeres sem levar de prêmio um inconveniente sorriso amarelado.


Se o tabaco é questão de saúde pública, usarei a minha privacidade para burlar a militância que botou fogo nessa história. Por enquanto, seja aonde for, continuarei acendendo este carcomido canudo branco para por em prática as cinzas da minha incoerência.”

14/05/2009

Cores além do que vemos.

Sempre fui apaixonada por cores. Sempre convivi bem com elas.
Minha mãe pintava e trabalhava num escritório em casa.
Desde criança tive acesso a tintas e lápis de cor, lápis de cera, e até as maquiagens e batons da minha mãe me encantavam.
Qualquer papel carbono colorido era uma festa, e uma bagunça. (risos)
Não tinha dificuldades para percebê-las, nem para identificá-las e misturá-las.
Era muito natural saber que amarelo + azul = verde.

Depois da Facul então minha curiosidade sobre as coisas relativas à linguagem e percepção visual aumentaram.
Passei a amar Rudolf Arnheim (Arte e percepção visual) e Israel Pedrosa (Da cor a cor inexistente).

Mas o que é a cor?

"A cor é uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, que transmitem através de informação pré-processada no nervo óptico, impressões para o sistema nervoso.”

Imagine- se na frente de 3 canhões de luz. Um amarelo, um vermelho e um azul. E esses canhões de luz acionam ventiladores quando as luzes estão acesas.
O azul sopra fraco, e é um vento curto.
O amarelo sopra um pouco mais forte que o azul e um pouco mais.
O vermelho sopra forte e por um tempo maior que os outros dois.
É assim que as células especializadas na sua retina, nos olhos, percebem as cores. Por isso as cores possuem o chamado Comprimento de onda.



"A cor de um material é determinada pelas médias de freqüência dos pacotes de onda que as suas moléculas constituintes refletem. Um objeto terá determinada cor se não absorver justamente os raios correspondentes à freqüência daquela cor.”

Lembre da sua blusa azul:
O tecido foi banhado em uma solução química que faz com que a sua blusa absorva todas as ondas referentes às cores do arco íris que existem na luz, e só rejeite as ondas curtas. Resultado: Ela só reflete o azul. E assim nós temos uma blusa azul.

“A cor é relacionada com os diferentes comprimento de onda do espectro eletromagnético. São percebidas pelas pessoas, em faixa específica (zona do visível), e por alguns animais através dos órgaos de visão, como uma sensação que nos permite diferenciar os objetos do espaço com maior precisão.
Considerando as cores como luz, a cor branca resulta da sobreposição de todas as cores, enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma. Na natureza, esta decomposição origina um arco-íris.”
Fácil né?
É só você pegar um cristal e colocar no sol. Ele vai decompor as cores da luz e você vai ver um “feixe" colorido como um arco íris
Quando se fala de cor, há que distinguir entre a cor luz ou a cor pigmento.

(Mas antes vamos entender o seguinte:Cor primária é aquela que não é obtida com a mistura de nenhuma cor.Cor secundária ou composta: é aquela criada a partir da mistura de duas cores primárias.)

No primeiro caso, chamado de sistema RGB, temos os objectos que emitem luz monitores,televisão, Sol, etc.). As cores primárias de luz são :Vermelho, Azul (cobalto), Verde. E se juntarmos os diferentes comprimentos de onda dessas cores teremos a cor branca.
No segundo sistema CMY, cor pigmento, iremos manchar uma superfície sem pigmentação (branca) misturando-lhe as cores primárias de pigmento; Ciano + Magenta + Amarelo.
Mas aí vc vai me dizer:
“Eu aprendi na escola que as cores primárias de tintas eram vermelho, azul e amarelo!”
É o seguinte: antes da invenção do prisma e da divisão do espectro da luz branca nada disto era conhecido, pelo que ainda hoje é ensinado nas nossas escolas que Amarelo/Azul/Vermelho são as cores primárias das quais todas as outras são passíveis de ser fabricadas, o que não é incorrecto. As cores percebidas por nossos receptores visuais não correspondem as cores encontradas na Natureza.
Na Natureza amarelo, azul e vermelho são as cores de onde todas as outras se originam a partir de suas combinações: amarelo + azul = verde, vermelho + amarelo = laranja, azul + vermelho = roxo. A combinação de cores primárias formam cores secundárias, que combinadas com cores secundárias formam cores terciárias e assim por diante.

Bom..esse texto ficou bem grande né?Mas como o assunto é interessante eu continuo depois, e trarei várias curiosidades.

Inté.

11/05/2009

Estação Ferroviária de Buritizeiro- Abandonada.

A estação e ao fundo, o armazém, em 08/2005. Foto Rodrigo Cabredo

Estação Independência...
É esse o nome da Estação desativada de Buritizeiro...
Parece piada né?

Sempre imaginei projetos que fizessem com que o prédio da estação ferroviária fosse valorizado, tanto por sua beleza, como por sua importância histórica, quanto pela sua funcionalidade por estar num ponto bem localizado da cidade.
Imaginei e cheguei a projetar e a apresentar a idéia para o poder público, que era quem eu imaginava que se interessaria e teria condições de torná-la real.

Não obtive resposta...

Pesquisando um "cadim" mais sobre esse "trem", descobri que não só a casca que ainda se suporta de pé tem uma imagem bonita, mas que também sua história é permeada de ideais de grandeza e de modernização.


Em 1928, a estação e o armazém de Independência. Foto Max Vasconcellos

Aí vão alguns dados:
  • BURITIZEIRO (antiga INDEPENDÊNCIA)Município de Buritizeiro, MG;
  • Ramal de Pirapora-km 1007,873
  • E. F. Central do Brasil (1922- 1930) ;
  • Inauguração: 28.10.1922 -com trilhos.;
  • TOMBAMENTO histórico: prédio da Estação Ferroviária. Buritizeiro: [s.e], 1999.
  • Uso atual: abandonada.

HISTORICO DA LINHA: O ramal de Pirapora, que saía da estação de Corinto, chegou em 1910 a Pirapora, às margens do rio São Francisco, mas para cruzar o rio através de uma ponte ferroviária, levou 12 anos, quando foi inaugurada a estação de Independência (Buritizeiro) na margem oposta. Nessa época, o trecho fazia parte da Linha do Centro da Central do Brasil. Nos anos 1930, entretanto, com a maior afluência de tráfego na linha para Monte Azul, esta passou a ser parte do tronco e o trecho Corinto-Pirapora passou a ser apenas um ramal. Na mesma época, Buritizeiro foi desativada, junto com a ponte sobre o São Francisco. O ramal nunca passou dali, ao contrário dos planos de 1922, que pretendiam chegar a Belém do Pará. No final dos anos 1970, o tráfego de passageiros foi desativado no trecho. A linha permanece ativa até hoje (2003), pelo menos oficialmente. Ainda há trilhos sobre a ponte do São Francisco...

A ESTAÇÃO: A estação de Independência foi aberta em 1922 e recebeu o nome como homenagem ao centenário da Independência do Brasil, comemorada nesse ano. A estação foi inaugurada juntamente com a grande ponte ferroviária sobre o rio São Francisco. Fazendo parte da linha do Centro na época, era a última estação, a terminal, mais de mil quilômetros distante do Rio de Janeiro. Era também a primeira estação além do grande rio, o Velho Chico. Dali deveria seguir a linha para Belém do Pará, como previa Max Vasconcellos, em seu livro As Vias Brasileiras de Comunicação, em 1928: "Aqui, onde a vastidão deste cenário e a imponência deste rio dão a visão suntuosa da grandeza do Brasil, termina a Linha do Centro. Em futuro que não poderá estar muito afastado, os 2.547 km que medeiam entre a ponta dos trilhos e a cidade de Belém, no Pará, estarão cobertos pelos dois fios de aço que encurtam as distâncias e solidificam a integridade das nações de território vasto. E entre silvos sonoros e vitoriosos, a alegre locomotiva irá buscar em 3 dias os nossos irmãos do norte, que hoje levam 15, a chegar à capital do seu País".

Na casa de turma, em 08/2005, a inscrição: "EFCB - 5a divisão". Foto Rodrigo Cabredo


Mais tarde, o prolongamento não veio, a ponte virou rodoviária sem que lhe tirassem os trilhos, o nome foi alterado para o do distrito à qual pertencia - Buritizeiro - que finalmente se tornou município autônomo. A estação foi desativada já nos anos 1930, os trens não cruzavam mais a majestosa ponte, a linha já não era mais a tronco da Central, mas simplesmente o ramal de Pirapora. "A linha, ao cruzar o rio, seguiria para o norte via Formosa e teria um ramal para Patos. Com base em cartas de navegação da USAF dos anos 40, vê-se que a linha foi aberta até um lugar denominado Paredão de Minas. Em Pirapora, entrevistei pessoas que me garantiram que a linha foi estendida até lá. Alguns pilotos também dizem isto. O fato é que não encontrei documentos da Central sobre a operação da linha, apenas da construção. Na estação, a plataforma é revestida de ladrilhos amarelos, e ainda há linhas no pátio, mas encobertas pela areia do rio São Francisco. " (Pedro Paulo Resende, Vespasiano, MG) "Quando estive lá, por volta de 1990, a estação de Buritizeiro ainda estava de pé. Aquela ponte é uma comédia. Hoje é utilizada para tráfego rodoviário, porém devido à estreiteza só passam veículos em uma mão por vez. O absurdo reside no fato de que eu não sei como aquela ponte chegou a suportar material ferroviário, já que toda vez que um carro passava a ponte sacolejava tanto que eu parava de andar de puro medo." (Nicholas Burman, 04/2003).


Bela porta em Buritizeiro, 08/2005. Foto Rodrigo Cabredo


Acho que está na hora de deixarmos de virar piada aos olhos dos visitantes, não é?

Acho que está na hora de deixarmos de virar piada aos nossos olhos.

E penso que é hora de abrirmos os olhos e olhar para os lados, contemplar e fazer ver a todos as nossas belezas, a nossa grandeza ribeirinha, a nossa simpatia de sermos Mineiros, de uai's, de trens, de pontes e de causos.

Reconquistar nossa "Independência"...